O petróleo sobe com foco nos próximos passos dos EUA e da UE em relação à Rússia.
ManuelResumo:
O excesso de oferta está a ser impulsionado pelo regresso da produção ociosa da OPEP e dos seus aliados, bem como por um aumento da oferta proveniente de fora do grupo.
Os preços do petróleo subiram devido à retórica agressiva do principal diplomata da União Europeia, aumentando as expectativas de um endurecimento das sanções contra a Rússia.
O petróleo West Texas Intermediate (WTI) subiu 1,4%, fechando abaixo dos 61 dólares por barril na terça-feira, impulsionado pela declaração de Kaja Kallas, da Comissão Europeia, de que a agressão de Moscovo ao bloco deveria ser considerada terrorismo. Os comentários surgem num contexto de crescente aperto no mercado do gasóleo, no qual a Rússia é um ator importante, com a diferença entre os dois contratos futuros de gasóleo ICE mais próximos a disparar na terça-feira. Os contratos futuros do petróleo bruto europeu subiram 4,5%.
Para reforçar o optimismo, o preço do crude russo, o porta-estandarte da empresa, caiu a pique para o nível mais baixo em mais de dois anos, a poucos dias da entrada em vigor das sanções americanas contra as gigantes produtoras Rosneft PJSC e Lukoil PJSC, devido à guerra em curso de Moscovo na Ucrânia.
Outros impactos estão a surgir. Os principais compradores asiáticos suspenderam pelo menos algumas compras. E os comerciantes que realizam entregas físicas de gasóleo ao abrigo de contratos da ICE Gasoil serão em breve proibidos de fornecer barris produzidos com petróleo bruto russo em países terceiros, afirmou a ICE.
Ainda assim, os contratos de futuros de referência dos EUA estão em queda este ano, com as expectativas de excesso de oferta a pesarem nas perspetivas, com a Agência Internacional de Energia a prever um excedente recorde em 2026. O excesso de oferta está a ser impulsionado pelo regresso da produção ociosa da OPEP e dos seus aliados, bem como por mais fornecimentos de fora do grupo.
Mas, por enquanto, o preço do WTI continua teimosamente acima da marca dos 60 dólares, de acordo com Frank Monkam, chefe de macro trading da Buffalo Bayou Commodities.
“Será necessário muito mais do que a repetição das mesmas notícias negativas para levar o mercado a valores abaixo dos 60 dólares por barril, a menos que se assista a um colapso total dos ativos de risco, particularmente das ações”, disse. “Na ausência disso, penso que ainda estamos muito vulneráveis a uma subida repentina sob a forma de um short squeeze, caso vejamos notícias como as de hoje, com a UE a pressionar a Rússia em relação às sanções.”
Fonte: Bloomberg
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