Mercado petrolífero aguarda encontro crucial entre Trump e Putin enquanto os preços caem
ManuelResumo:
O presidente dos EUA desvalorizou as esperanças de um avanço no conflito de mais de três anos, dizendo que há 25% de hipóteses de a reunião não resultar.
O petróleo caiu, fechando abaixo dos 66 dólares por barril, enquanto os investidores aguardavam uma cimeira presencial entre Donald Trump e Vladimir Putin mais tarde na sexta-feira, um encontro com potencial para remodelar os fluxos de crude de um dos maiores produtores do mundo.
Putin intensificou a sua ofensiva de charme, elogiando os esforços de Trump para mediar o fim da guerra na Ucrânia. O presidente norte-americano desvalorizou as esperanças de um avanço no conflito de mais de três anos, afirmando que há 25% de hipóteses de a reunião não resultar.
Qualquer sinal de progresso em direcção à paz eliminaria uma camada de risco geopolítico de um mercado petrolífero que deverá apresentar um excesso de oferta nos próximos meses. Antes de a cimeira ser organizada, Trump ameaçou os maiores compradores de petróleo de Moscovo com tarifas secundárias, pondo em risco fluxos que se mantiveram robustos desde o início da guerra.
A Rússia é o maior exportador de petróleo bruto do mundo, a seguir à Arábia Saudita, e tornou-se dependente dos compradores da China e da Índia, ávidos por comprar petróleo com desconto em relação aos padrões internacionais.
Trump anunciou a duplicação das tarifas sobre os produtos indianos para 50% na semana passada, como penalização para as compras de crude russo pelo país, e pondera novas medidas repressivas contra a chamada "frota paralela", que transporta mantimentos de Moscovo. No entanto, até agora, tem evitado atacar a China — possivelmente devido à preocupação de que um bloqueio total elevasse os preços do petróleo e prejudicasse os consumidores norte-americanos.
Na quinta-feira, Trump avisou que iria impor "consequências muito severas" se Putin não concordasse com um cessar-fogo. Disse ainda que esperava usar a cimeira para marcar uma "rápida segunda reunião" com o líder ucraniano Volodymyr Zelenskiy, depois de ter sido pressionado por aliados.
“Consideramos improvável que a reunião desta noite produza resultados significativos”, disse Arne Lohmann Rasmussen, analista-chefe da A/S Global Risk Management. “A curto prazo, novas sanções dos EUA são improváveis; um relaxamento não pode ser descartado, a menos que a reunião falhe.”
Os preços do petróleo caíram cerca de 10% este ano devido às preocupações com as implicações da política comercial de Trump para a procura e ao rápido regresso dos barris da OPEP+. As expectativas de um excesso recorde em 2026 estão a pesar no mercado.
Fonte: Bloomberg
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